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Países da África Ocidental

Afrique XXI

Les artistes du Burkina Faso à l’épreuve de la censure

Analyse · Au Burkina Faso, la censure contre les chanteurs subversifs est de retour. Mais, à l’instar du reste du continent, aujourd’hui comme au temps des indépendances, l’art est le miroir de la société et il se fraie un chemin malgré les obstacles.

OMAR NOAGA YAMÉOGO, 28 mai 2025

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EMMANUEL TERRAY, ANTROPÓLOGO E ACTIVISTA

 

No dia 25 de Março 2024 faleceu Emmanuel Terray, nascido em 1935. Filósofo e antropologista, dedicou uma parte do seu trabalho à investigação de África (sobretudo Costa do Marfim e Gana) e à solidariedade com os trabalhadores africanos imigrados em França. Em 1996, estes imigrantes sem papéis ocuparam primeiro o ginásio Japy, depois a igreja St. Bernard. Cerca de duas centenas de parisienses fizeram vigilância à volta da igreja para evitar uma expulsão pela força. Emmanuel Terray, que era professor na Escola des Hautes Études em ciências sociais juntou-se ao grupo, tal como várias associações e a Liga dos Direitos Humanos.

 

Apesar disso a 23 de Agosto de 1996 houve uma expulsão violenta. Em seguida vieram os trabalhadores chineses sem papéis, que constituíram um colectivo para ocupar também a igreja. Emmanuel Terray associou-se a outra antropóloga, Elisabeth Allés, que serviu de intérprete com os chineses. Um segredo colectivo constitui-se na igreja de Saint-Hyppolite, mas conseguiram negociar com o Presidente da Câmara da altura.

 

Os dois antropólogos constituíram então um terceiro colectivo, com 35 nacionalidades: chineses na maioria, mas também turcos, magrebinos, africanos do centro e sul, haitianos e filipinos. O colectivo fez sucessivas ocupações em Centros de Estrangeiros, na Igreja Saint-Jean Baptiste de Bellevie e no Estádio de França, sem resultados. Com o novo Governo em 1997 e foram obtidas 600 regularizações das 900 requeridas. Novamente com as portas fechadas, o colectivo recorreu à solidariedade dos Protestantes. Recorrendo à última arma, Emmanuel Terray juntou-se a 30 grevistas da fome: um jovem argelino, 14 turcos e 14 chineses, entre os quais 8 mulheres. Houve uma vitória relativa com regularização de 23 grevistas. Emmanuel Terray é, pois, um exemplo de antropologista, que é simultaneamente investigador e militante.

 

(Fonte: Traversée, Emmanuel Terray em diálogo com Jean-Paul Colleyn, Bruxeles, Ed. Labor, 2005, Mediapart, 1.4.2024)

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