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Romances

O Coração das Trevas

 

Toda a conquista do outro é antes de tudo conquista de si próprio pelo outro, tal como é, em chocante demonstração, o “Coração das Trevas” (Conrad). No entanto, é preciso ir mais longe do que a mestiçagem das formas,à qual se apegam os artistas modernos, ficando por aí. O desejo que alguns  experimentam subitamente de colocar máscaras de tribos africanas sobre as suas próprias caras, é menos uma homenagem à beleza das máscaras do que à beleza da nossa apropriação. Nunca a beleza será, por ela própria, suficiente para apagar o crime original que pretende mascarar, a saber”roubar a terra a outros homens, que
têm uma côr de pele um pouco diferente da nossa, um nariz um pouco mais apagado do que o nosso (O Coração das Trevas, Conrad), (Jacques Darras e Jorge Molder, Conrad, ed Marval, Paris 1991)

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