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Guerra colonial e movimentos de libertação

No seio das populações escravizadas ou colonizadas houve sempre resistências e revoltas.Houve revoltas com confronto e houve o aparecimento de movimentos ideológicos,que expressavam um sentimento de pertença à África,no caso deste continente.

 

No movimento dos “Filhos da Terra”foram sobretudo os letrados das missões religiosas que emergiram com esse pensamento no final do século XIX.Houve “nativismo” em Portugal no início do século XX e é também nessa época que surge em França o movimento da Negritude,que se revela com amplitude e várias facetas,políticas e artísticas.São personalidades do movimento Aimé Césaire,Senghor,Fanon,Sara Maldoror.

 

Durante e após a II Guerra Mundial na Carta do Atlântico em 1941,com a criação das Nações Unidas em 1945 e a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948,os sistemas coloniais são postos em causa.Em Outubro de 1945,o V Congresso Pan-Africano,em Manchester,Grã-Bretanha,no manifesto final reinvindica a independência de todas as colónias africanas.Na Ásia dá-se a independência da Índia em 1947 e no ano seguinte de Burma e Ceilão.Em 1955 há a Conferência de Bandung na Indonésia.A guerra de independência da Argélia durou até 1962.

 

Em 1961 dá-se a primeira Conferência das Organizações Nacionalistas Portuguesas,com todos os movimentos já formados.Nesse mesmo ano começa a Guerra Colonial,que só acaba com a revolução de Abril de 1974,levando à independência de todas as colónias.

 

Como colónia africana,apenas resta o Sahara Ocidental.

Para um arrependimento colectivo


/Tu que partiste comigo/do cais da Rocha/Numa manhã de Agosto triste/E não regressaste…

/Tu que em África deixaste os sonhos/Os braços,as pernas…

/Tu que jazes algures anónimo/Sob uma envelhecida lápide/Perdida na névoa/Da memória dos Homens.
/Tu cuja morte foi justificada/Com a ideia de Pátria/Ainda esperas por justiça…

/Tu que restas anónimo/Esquecido/Mas presente.

 

(José Rosa Sampaio

in Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial,org Margarida Calafate e Roberto Vecchi,ed Afrontamento,Lisboa, 2011)

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